terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma carta ao vento

  Oi pessoal, descupem essa ausente escritora aqui! Tenho muitas novidades pra contar! Dentre elas, vou colocar um texto aqui que fiz nas aulas de redação com a Professora Marly, cara ela é muito toop! hahaha Baseado na Carta (clique para vê-la) e na frase de José Saramago, eu deveria fazer uma narrativa. Olha só o que Deus me deu capacidade de fazer: 

Uma carta ao Vento

  " As Vidas não começa, quando as pessoas nascem (...) as vidas principiam mais tarde (...) para não falar aquelas que, mal tendo começado já se acabaram." 
                                                                         José Saramago
   
    
Noite fria, chove. A alma cansada não consegue desabafar as angústias em simples gotas. Seria necessário um mar para saciar a sede da saudade agonizante, fria. Saudade que antes fora amor. Leve, sutil, sensível amor. Repleto de histórias, segredos, medos.
    A casa, confortável e mesmo aconchegante, não preenchia o imenso vazio deixado pelos rastros da paixão. Olhava a si mesma, tentando entender-se, buscando achar-se. Tentando encontrar em meio ao mundo de sentimentos onde estaria seu amor. Seus cabelos, antes ardiam como fogo num denso vermelho abrasador na qual sua doce alma incendiava a alma do amado. Sentia saudade, medo, solidão.
   Ele, tristemente pensava no amor, tão rápido, escorreu-lhe pelos dedos quando ia guardá-lo em seu coração. Fora obrigado a se alistar, ajudar na guerra. Lutou pensando apenas nela; viveu para viver por ela.Olhava sua face na gélida tela do computador. Tocava, mas, o que poderia sentir? As chamas que o aqueciam não eram suficientes para incendiá-lo. 
   Lembrou-se do dia em que a fizeram ir para o convento. Sabia que nunca o esqueceria. Todos os dias, pensava, amava, apenas uma imagem de seu sorriso juvenil passava-lhe a cabeça. A esperança brotaria outra vez. Escreveu uma carta, de um amor não apagado, correspondido, mas pouco durado. Na carta, palavras experientes comoviam pessoa, tinta e papel. Nem a chuva poderia apagar o que sentia. De repente, sentiu no rosto a brisa da juventude, traiçoeira em emoções, fazia-lhe rir e chorar. Escreveu de um amor eterno, fugidio, fiel e puro. Tinham segredos, contados cuidadosamente um para o outro. Medos, apenas um: se perderem.
   Ele, soluçando de dor; os anos se passaram, com eles as chances, faíscas breves da esperança. Olhara-se. Os olhos, opacos, sem vida, mostravam a frustração duradoura, talvez resíduos da tristeza repentina. 
   Ela, percebendo que a brisa transformara-se em vento, e conduzia-lhe a caminhos até então por ela desconhecidos, suavemente deixou a carta, que escrevia, lia e sentia, cair nas asas leais do vento. Ele sentiu que a brisa, soprava mais forte.



Ana Laura Maziero
@analomazzi

Com amor em Cristo, Ana ;*

Um comentário:

  1. Sabe aqueles quadros que parecem rabiscos, mas o pintor diz que vale uma fortuna? É esse texto.

    Pq vc não estuda filosofia? Poderá fazer diferença no mundo.

    Sinceramente, sem hipocrisia.

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