segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sobre a influência familiar no processo de construção moral e cívica da criança e adolescente

Gostaria de dar um traço de infância a esse artigo. Fui inspirada a escrevê-lo assim por dois fatores: minha mãe ensinando minha irmã pequena a articular bem as palavras na leitura de um texto, e uma música da nossa MPB, “Quando Acordei”, da Lorena Chaves, “na caneca de café/ o gosto das histórias da infância/ o sorriso daquela criança/ foi de encontro ao meu...”.
Foi minha mãe quem me ensinou a escrever bem. Claro que, frequentando à escola, aprimoramos ainda mais as habilidades com as quais nos identificamos. Todavia, quando a vi exortando minha irmã, lembrei-me das vezes nas quais eu estava aprendendo minhas primeiras frases. A maioria dos meus colegas escrevia: “a bola/pato/cachorro é legal.” Ela, porém, não me deixava fazer isso. Então, eu era orientada a usar adjetivos diferentes: “a bola colorida é bonita”, por exemplo.
Aquilo que ela me ensinou me deu gosto pela literatura e pelo ato de escrever. As minhas melhores memórias estão fincadas na infância. Devo isso, em grande parte, a imagem forte que recebi da minha família sobre esta mesma. Miguel Arroyo, doutor em educação, cita em um de seus artigos que, “muitas vezes as crianças as quais vivem uma ‘infância popular’ têm uma imagem negativa de seus irmãos, – que são associados ao tráfico de drogas – e do próprio pai; no entanto a imagem da mãe permanece ‘intacta’.”
Sabemos que nem todas as famílias são providas de uma harmonia que proporcione tais heranças morais, ou de ensino, e aí cabe citar as desigualdades socioeconômicas e seus profundos efeitos na sociedade brasileira. Já outras são como o pai de Brás Cubas, o qual lhe corrigia em público, mas em secreto dava-lhe afetos, como forma de compensação e acolhimento de suas atitudes erradas – o que talvez seja um reflexo em seu futuro estéril e infeliz.
Ainda assim, a família deve ser o principal pilar da construção social. Ela deve estar acima de nossa democracia, dos princípios dos direitos humanos (que devem apenas orientá-la para uma convivência de paz) e de qualquer outra instituição, o Estado e o privado. Ela traduz o famoso clichê, a forma que forma. Resta formar famílias formadoras.



Até Mais! 
Much love, 
Ana ;)

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