sábado, 13 de setembro de 2014

Uma causa pela qual valha a pena lutar

"Não consigo fugir da subjetividade. Weber que me ajude a me explicar. Acabei por concluir que nós, jovens, somos confusos. Mas, no fim, damos um jeito de nos encontrar."

O maior dano de ser (aspirante a) músico (a) é que sempre estamos com ideias a borbulhar. E, quando se atinge a pressão máxima de vapor... Bum! Uma canção. Isso é fantástico.
Esses dias estava estudando Revolução Francesa. O compromisso das provas me dizia, "concentre-se..."; até que a alma, faminta já há uns dias, clamou por comida.  Daí, surge isso:

"Que a revolução nos faça viver/ Que a revolução leve nossas paixóes/ Ah, eu quero amar e dançar/ E cantar uma canção antiga (...)/ Que a minha vida seja preservada sã/ Eu só quero que os meus pais sintam orgulho de mim/ Somos jovens e queremos estampar/ Uma foto histórica..."

Nos anos 80, Cazuza revindicava uma ideologia pra viver, num tempo tão agitado quanto o nosso. Há uma expressão na língua inglesa que traduz bem isso, "a cause worth fighting for" (uma causa pela qual valha a pena lutar).
Hoje, nossas vísceras sociais estão tão expostas, e a justiça é uma necessidade tão crescente que nossas mentes não param de pensar em como e onde aplicar os nossos ideais, aquilo que aprendemos com grandes homens em igualmente grandes livros, ou que ouvimos de gente simples, mas suficientemente sábias para nos ensinar alguma coisa.
Graças a Deus que meio a tudo isso, uma certeza se firma: a de que ficaremos velhos e enfim iremos nos sossegar. Veremos outros lutarem por algo (de forma sutil ou ruidosa, a situação é que decide).

Dica de leitura
Em uma viagem a São Paulo, visitei a Pinacoteca. Fui à loja de souveniers, e estava procurando um livro sobre as Missões Artísticas Francesas no Brasil. Só tinha um livro sobre o Albert Eckhout (muito além do meu orçamento estudantil). Desanimada, iria embora de mãos vazias. Até que esbarrei numa prateleira com o livro "Transições: das ditaduras às democracias na América Latina (ed. Secretaria da Cultura de São Paulo/ Memorial da Resistência, 84 págs). Sorri. O preço estava bom também ( R$ 15,00). Além disso, a edição é em português-espanhol, com fotografias riquíssimas. Um prato cheio. Destacam-se duas: uma chilena, da manifestação do movimento contra a tortura Sebastián Acevedo (com a faixa "aqui se tortura"); outra mexicana, "Mulheres de X'Oyep" (época da presença militar no estado de Chiapas, na qual uma menina agarra a farda de um soldado).

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