A gangorra entre felicidade e infelicidade, e a inconstante presença e ausência da primeira, faz-nos tentar estabelecer métodos para encontrá-la e vivê-la, desde muito tempo. Recordando o pensador francês François de la Rochefoucauld, "não se é jamais tão infeliz quanto se crê, nem tão feliz quanto se esperava."
Dentre os pensamentos que estabelecem tais caminhos, encontramos o de Aristóteles. Para ele, a felicidade estaria presente no ser virtuoso, aquele guiado por princípios éticos, racionais, e pelo "meio-termo", o equilíbrio.
No mundo moderno, a competitividade externa e a insatisfação com o "eu" acarretam infelicidade. E esta pode, por sua vez, alterar os processos psíquicos do indivíduo, causando ansiedade, irritabilidade e até depressão. Ou leva ao "estado de reserva", como postulou o sociólogo Georg Simmel, no qual distancia-se da realidade para preservar em bom estado as faculdades mentais.Um quadro contemporâneo derivado do estresse, afetando grande parte da população mundial.
No entanto, o sofrimento deve ser tido como parte inevitável da vida, não mais como um evento o qual não merecíamos enfrentar. A consciência capitalista atual nos faz crer que a ausência de bens materiais nos posiciona em lugar inferior, e tal sentimento de inferioridade nos faz pensar que somos infelizes, sofridos. Pelo contrário, tornamo-nos um tanto livres.
Fato é que não vivemos em um estado constante de felicidade. Ela é esporádica, o que nos responsabiliza a tirar total proveito dos momentos nos quais ela se faz presente.
sábado, 2 de agosto de 2014
Sobre ser feliz (apenas sob um ângulo)
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