quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Modernismo Brasileiro e a Voz da Mulher

As mulheres quase sempre foram retratadas em obras literárias brasileiras. Mas foi a partir do Modernismo, cujo marco encontra-se em 1922, que elas passaram a ter vez e voz.

E começaram bem. Bem criticadas. Lembremo-nos de Anita Malfatti e Lobato. O novo jeito de se fazer arte assustou o sóbrio escritor e fazendeiro, como era de se esperar.
Se antes elas eram objeto de desejo de pastores árcades ou homens melancólicos e "sem atitude", ou até mesmo tinham suas ações comparadas a de animais, como a Rita Baiana de Aluísio Azevedo, em O Cortiço; no movimento modernista elas assumem uma postura diferenciada.

Veja a poetisa Leila Míccolis, no poema "Em Órbita":
"Com você
quero todas as intimidades de um amor escandalosamente carnudo,
sobretudo imperfeito (...)
Com você
quero um amor que não precisem devassar
porque é claro e transparente;
daí ameaçar a tanta gente
pesada,
que não sabe flutuar
nem libertar-se da seriedade (...)"
O amor carnal passa a não ser mais motivo de vergonha. A mulher também não se torna vulgarizada, pelo contrário, ela é quem decide o tipo de amor que deseja ter e seus limites (circunscritos no bom senso, claro). Aliás, ela não é mais tão frágil e suscetível a tantos devaneios como a Luísa, de O Primo Basílio.
Tal mulher representada passa a criticar  o gênero, de forma a sacudi-lo, chamando sua atenção à realidade em seu entorno, satirizando costumes machistas, como vemos num poema sem título presente na coletânea "Navalhanaliga", de Alice Ruiz.
"Lá ia eu
toda exposta
àquele olhar
de garfo e faca
vendo
a mesa posta
minhas postas em fatias
ouvindo dos convivas
piadas macarrônicas."
Ela também questiona seu local e papel no contexto social, como no poema "Com licença poética", de Adélia Prado, o qual faz referência ao "Poema de Sete Faces", de seu conterrâneo mineiro Carlos Drummond de Andrade.
"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. (...)
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou."
Seria impossível aqui descrever todas as célebres mulheres brasileiras que cotidianamente deixam seu legado na imensidão do papel. Todavia você, mulher brasileira, nascida ou não como mulher, pode orgulhar-se de ter Cecília Meireles, Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, entre tantas outras, transformando suas emoções e opiniões em palavras escritas - muito bem escritas.

Pra colocar na sua playlist:
Ouça "Betty", da cantora folk neozelandesa Brooke Fraser.

Até mais! :*

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Perguntas de uma estudante que lê e tem insônia

Pra quê escrever?
Pra quem escrever?
Por que escrever?
Por que lemos aquilo que nos agrada?
Deveríamos ler sobre o desagrado? E se o fazemos, estamos com simpática recepção?
Penso que ainda existam alguns seguranças na porta de nossas mentes.

Pra quê falar?
Pra quem falamos?
Por que falamos?
Necessidades artificiais da vida pós-moderna.
Chaplin faria disso uma sátira. E iríamos rir de nós mesmos.
Ou não perceberíamos, e o julgaríamos louco, reacionário de nossa revolução rumo ao fim de nossas vidas: a solidão, o consumo social, a obsessão materialista.

Pra quê andar?
Descansar pode ser estado de espírito ou apenas preguiça, ou relaxamento depois do estresse?
Tenho dor nas costas.
Enxaquecas abundam o cotidiano.
Falha-me a memória.
Esqueço o que ia dizer, e tenho ainda dezessete anos.

Pra qu

Sorte

"Eu tive sorte, mas só depois que comecei a treinar dez horas por dia." Tiger Woods.

(Sem textos longos ou reflexões por hoje. Só queria desabafar mesmo. Um desabafo crítico e ao mesmo tempo feito uma cobrança.
Que eu não me esqueça dessa frase tão cedo.)

See ya soon ;)

sábado, 13 de setembro de 2014

Uma causa pela qual valha a pena lutar

"Não consigo fugir da subjetividade. Weber que me ajude a me explicar. Acabei por concluir que nós, jovens, somos confusos. Mas, no fim, damos um jeito de nos encontrar."

O maior dano de ser (aspirante a) músico (a) é que sempre estamos com ideias a borbulhar. E, quando se atinge a pressão máxima de vapor... Bum! Uma canção. Isso é fantástico.
Esses dias estava estudando Revolução Francesa. O compromisso das provas me dizia, "concentre-se..."; até que a alma, faminta já há uns dias, clamou por comida.  Daí, surge isso:

"Que a revolução nos faça viver/ Que a revolução leve nossas paixóes/ Ah, eu quero amar e dançar/ E cantar uma canção antiga (...)/ Que a minha vida seja preservada sã/ Eu só quero que os meus pais sintam orgulho de mim/ Somos jovens e queremos estampar/ Uma foto histórica..."

Nos anos 80, Cazuza revindicava uma ideologia pra viver, num tempo tão agitado quanto o nosso. Há uma expressão na língua inglesa que traduz bem isso, "a cause worth fighting for" (uma causa pela qual valha a pena lutar).
Hoje, nossas vísceras sociais estão tão expostas, e a justiça é uma necessidade tão crescente que nossas mentes não param de pensar em como e onde aplicar os nossos ideais, aquilo que aprendemos com grandes homens em igualmente grandes livros, ou que ouvimos de gente simples, mas suficientemente sábias para nos ensinar alguma coisa.
Graças a Deus que meio a tudo isso, uma certeza se firma: a de que ficaremos velhos e enfim iremos nos sossegar. Veremos outros lutarem por algo (de forma sutil ou ruidosa, a situação é que decide).

Dica de leitura
Em uma viagem a São Paulo, visitei a Pinacoteca. Fui à loja de souveniers, e estava procurando um livro sobre as Missões Artísticas Francesas no Brasil. Só tinha um livro sobre o Albert Eckhout (muito além do meu orçamento estudantil). Desanimada, iria embora de mãos vazias. Até que esbarrei numa prateleira com o livro "Transições: das ditaduras às democracias na América Latina (ed. Secretaria da Cultura de São Paulo/ Memorial da Resistência, 84 págs). Sorri. O preço estava bom também ( R$ 15,00). Além disso, a edição é em português-espanhol, com fotografias riquíssimas. Um prato cheio. Destacam-se duas: uma chilena, da manifestação do movimento contra a tortura Sebastián Acevedo (com a faixa "aqui se tortura"); outra mexicana, "Mulheres de X'Oyep" (época da presença militar no estado de Chiapas, na qual uma menina agarra a farda de um soldado).

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo e Marina

Marina só. Ficou sozinha a candidata? Há muita gente com ela. Hoje senhora, aprendera a ler com 16 anos. Nunca me imaginaria ver as palavras e não saber conversar com elas. Hoje, mais que conversar, Marina teve de entendê-las, e usá-las para expressar condolências, comover a tantos. Sempre serena, como pede a vida da gente da floresta. Ainda acredito nela. O companheiro se foi. Drummond diria, "alguns, achando bárbaro o espetáculo, preferiram (os delicados) morrer." Sem mistificações, entendam. Marina só, serena, continua sábia.

sábado, 2 de agosto de 2014

Sobre ser feliz (apenas sob um ângulo)

A gangorra entre felicidade e infelicidade, e a inconstante presença e ausência da primeira, faz-nos tentar estabelecer métodos para encontrá-la e vivê-la, desde muito tempo. Recordando o pensador francês François de la Rochefoucauld, "não se é jamais tão infeliz quanto se crê, nem tão feliz quanto se esperava."
Dentre os pensamentos que estabelecem tais caminhos, encontramos o de Aristóteles. Para ele, a felicidade estaria presente no ser virtuoso, aquele guiado por princípios éticos, racionais, e pelo "meio-termo", o equilíbrio.
No mundo moderno, a competitividade externa e a insatisfação com o "eu" acarretam infelicidade. E esta pode, por sua vez, alterar os processos psíquicos do indivíduo, causando ansiedade, irritabilidade e até depressão. Ou leva ao "estado de reserva", como postulou o sociólogo Georg Simmel, no qual distancia-se da realidade para preservar em bom estado as faculdades mentais.Um quadro contemporâneo derivado do estresse, afetando grande parte da população mundial.
No entanto, o sofrimento deve ser tido como parte inevitável da vida, não mais como um evento o qual não merecíamos enfrentar. A consciência capitalista atual nos faz crer que a ausência de bens materiais nos posiciona em lugar inferior, e tal sentimento de inferioridade nos faz pensar que somos infelizes, sofridos. Pelo contrário, tornamo-nos um tanto livres.
Fato é que não vivemos em um estado constante de felicidade. Ela é esporádica, o que nos responsabiliza a tirar total proveito dos momentos nos quais ela se faz presente.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A sociedade teatral

"Eu sou trezentos, sou trezentos e cincoenta, mas um dia afinal eu toparei comigo mesmo..." (Mário de Andrade)

As máscaras tragicômicas são o símbolo do teatro em todo o mundo. No entanto, no século XIX, durante a consolidação de um teatro realmente nacional no Brasil, os atores, em sua maioria mulatos, usavam tinta branca e vermelha nos rostos - um reflexo da discriminação que os negros sofriam na época (os quais nem podiam adentrar num teatro).
Esse recurso, utilizado como máscara de autodefesa e como instrumento de inserção social e sobrevivência, dá-nos um prospecto de como a utilização de máscaras nem sempre é optativa. Assim, o meio externo continua a influenciar e determinar atitudes humanas.
As múltiplas facetas que temos e a imposição de um modelo de ação pelo meio podem ser observadas na narrativa "As caridades odiosas", de Clarice Lispector, na qual a autora se encontra em situação de impasse numa padaria: dar ou não dinheiro a um menino de rua, para que este pudesse saciar-se? Que reações sua atitude poderia ocasionar nos outros?
Tal pensamento - o que se refere aos outros - é uma das grandes razões pelo qual justifica-se o uso de "papéis morais e sociais".
Sendo assim, devemos bani-los? Seria quase impossível. Eles se tornaram tão necessários e praticamente vitais. Todavia, pode-se evitar a falsidade, a corrupção do caráter e a mentira. A convivência pede sinceridade e cordialidade. Cabe a nós, aprender a dosagem certa destas, a fim de sermos "sem cera" e plenamente sociáveis.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A Grande Família da Copa

Esse meu artigo faz parte da Revista Desabafo Social, edição número 10. A revista é uma iniciativa de jovens que acreditam na mobilização social consciente e cidadã. Para conferir a edição completa, acesse o link abaixo:

http://issuu.com/desabafosocial/docs/revista_edi____o_10_

Confesso que, ao assistir aos discursos presidenciais nos eventos de destinação de recursos federais, indago a mim mesma se nossa presidenta é mesmo brasileira.
Têm sido constantes dentro de sua argumentação as expressões “turismo”, “povo brasileiro é um povo hospitaleiro”, “vamos receber bem o mundo” e “geração de riquezas”.
Expressa-se nessas falas a cordialidade brasileira, descrita por Buarque de Hollanda, e muito difundida/personificada em seu antecessor. No sentido etimológico original, “cordial” remete-se a coração – o motivo que nos faz cometer besteiras públicas em favor da exaltação da nação.
O autor em questão repugnava as características de afetividade do círculo familiar em nossa esfera pública – portanto, Dilma não é nossa mãe, os estádios não são nossa casa e os estrangeiros não são nossos irmãos (por mais que certos publicitários queiram nos convencer disto). Chega de ser “A Grande Família” - a necessidade de justiça social e transformações efetivas fala mais alto.
Nesse sentido, destaco aqui a atuação da ONG “Rio de Paz”, que com suas manifestações relevantes contestam a Copa e colocam em pauta o descontentamento, questionando de quem é o lucro nesse panorama atual. Uma discussão que vem sido promovida tanto em frente à sede da FIFA, na Suíça, quanto em favelas cariocas.
Cabe aqui também o pensamento de Herbert Marcuse, em “A ideologia da sociedade industrial”, que embora produzido em contexto distinto, tem a mesma alma:

“Nós nos submetemos à produção pacífica dos meios de destruição, à perfeição do desperdício...”

Organizando tudo nas férias

Eu nunca havia postado nada sobre organização de interiores aqui no blog. Talvez porque ainda não tivesse percebido a necessidade da organização na minha vida. 
Certa vez, numa sessão de terapia (somos todos normais), a psicóloga me disse que nosso quarto reflete o estado do interior do ser. Exemplificando, se você não está bem, logo seu quarto não estará tão harmonioso assim.
Nessas férias, um verdadeiro mutirão de organização se instalou aqui em casa. E olha só: meus livros e apostilas estão organizados (pros céticos que dizem não haver milagres, a prova está aí, há!). E mais: todos aqui em casa separamos nossas roupas por cores de cabides. Minha irmã sortuda ficou com roxo, e eu, com verde-limão. 
Ah, as caixas de kits de cosméticos podem se transformar em lugares pra por aqueles cacarecos que você não quer se livrar (ou no meu caso, livros que eu quero ler, mas procrastino a leitura).

Espero que tenham gostado dessas ideias. Prova de que as férias podem ser produtivas.

Much love, 
Ana 


terça-feira, 1 de julho de 2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sobre a influência familiar no processo de construção moral e cívica da criança e adolescente

Gostaria de dar um traço de infância a esse artigo. Fui inspirada a escrevê-lo assim por dois fatores: minha mãe ensinando minha irmã pequena a articular bem as palavras na leitura de um texto, e uma música da nossa MPB, “Quando Acordei”, da Lorena Chaves, “na caneca de café/ o gosto das histórias da infância/ o sorriso daquela criança/ foi de encontro ao meu...”.
Foi minha mãe quem me ensinou a escrever bem. Claro que, frequentando à escola, aprimoramos ainda mais as habilidades com as quais nos identificamos. Todavia, quando a vi exortando minha irmã, lembrei-me das vezes nas quais eu estava aprendendo minhas primeiras frases. A maioria dos meus colegas escrevia: “a bola/pato/cachorro é legal.” Ela, porém, não me deixava fazer isso. Então, eu era orientada a usar adjetivos diferentes: “a bola colorida é bonita”, por exemplo.
Aquilo que ela me ensinou me deu gosto pela literatura e pelo ato de escrever. As minhas melhores memórias estão fincadas na infância. Devo isso, em grande parte, a imagem forte que recebi da minha família sobre esta mesma. Miguel Arroyo, doutor em educação, cita em um de seus artigos que, “muitas vezes as crianças as quais vivem uma ‘infância popular’ têm uma imagem negativa de seus irmãos, – que são associados ao tráfico de drogas – e do próprio pai; no entanto a imagem da mãe permanece ‘intacta’.”
Sabemos que nem todas as famílias são providas de uma harmonia que proporcione tais heranças morais, ou de ensino, e aí cabe citar as desigualdades socioeconômicas e seus profundos efeitos na sociedade brasileira. Já outras são como o pai de Brás Cubas, o qual lhe corrigia em público, mas em secreto dava-lhe afetos, como forma de compensação e acolhimento de suas atitudes erradas – o que talvez seja um reflexo em seu futuro estéril e infeliz.
Ainda assim, a família deve ser o principal pilar da construção social. Ela deve estar acima de nossa democracia, dos princípios dos direitos humanos (que devem apenas orientá-la para uma convivência de paz) e de qualquer outra instituição, o Estado e o privado. Ela traduz o famoso clichê, a forma que forma. Resta formar famílias formadoras.



Até Mais! 
Much love, 
Ana ;)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Pequena "Tentativa de Ensaio Filosófico" - Sobre a Felicidade

Theodor Adorno disse certa vez que "o mundo anda obcecado pela felicidade".

E isso me deu ideias.

"O mundo, digo pessoas com tempo de lazer e ócio alargados, vagueia na busca cega (e até inconsciente) pela felicidade. Pessoas que, estando sozinhas, não aguentam a si mesmas, e não conseguem usar o breve (ou não) tempo livre para um 'deserto criativo', ou um recarregamento de forças. Ocupam, em vez disso, suas mentes condicionadas por esse século de banalidades com lixos ou coisas midiáticas imprestáveis, ou  redes sociais, na maioria das vezes. 
Não que tenhamos que ser reflexivos todo o tempo, não aguentaríamos em nós mesmos nossa consciência e criticidade expondo os nossos vermes. Ou mesmo a Palavra de Cristo nos corrigindo. Queremos apenas um conforto, uma almofada para nossas almas egocêntricas e solitárias, que se divertem fazendo algumas caridades esporadicamente."

Nota para o leitor: estamos todos juntos nessa, amigo. 

Até mais!
Ana ;)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dia Mundial da Internet Segura 2014

Hey!

No último dia 11 de fevereiro (terça-feira) realizamos no Colégio Fênix, de Araçatuba, uma extensão do Dia Mundial da Internet Segura, promovido pela SaferNet, SDH, entre outros colaboradores. 

Abaixo você pode conferir o artigo que escrevi para introduzir o tema às salas do 9o ano e Ensino Médio da escola: 


Adolescência, Escola, Internet

"Nós, adolescentes, temos várias inquietações. Elas são formas de dizer ao mundo que algo está mudando em nós. Assim, as famosas “crises” que temos não são em si desarranjos, mas sim um processo de construção o qual nosso corpo governa para nos preparar para o que há de vir.

E você, já parou para pensar sobre o que é ser um adolescente hoje? Como somos vistos por nossos pais, pela sociedade, pela mídia e até pelo governo? O que fazemos e como fazemos? Em que esferas atuamos? Muitas vezes não nos damos conta do potencial que a cidadania nos proporciona.

Diante dessas inquietações e indagações, não podemos ficar calados. Aliás, não ficamos. Expressamos nossas ideias e nos comunicamos o tempo todo. E é aí que a instituição chamada “escola” e o mais novo espaço público, a “internet”, entram.

Nós temos olhares sobre o mundo. Esses olhares são formados a partir de experiências, vivências, imagens e aprendizados. Daí o papel fundamental e formador da escola para nós. Ela pode e deve ser um espaço de ensino, convivência e atuação mútua entre educandos e educadores. Ela não deve ser um espaço opressor e censurador, mas um lugar em que nossas ideias tomem forma e nossa criatividade seja fomentada.

Em tempos de fórmulas de Exatas, decorebas, regras, tarefas e vestibulares, soa até utópico pensar assim. Contudo, o que a democracia na qual vivemos em nosso país nos proporciona é isso: uma praça aberta de troca de diálogos.

Essa praça aberta não é apenas encontrada no campo físico, o mundo real. Ela agora também está na rede, na malha que conecta nossos computadores e acaba assim nos conectando também.

A internet é o novo espaço público. E as redes sociais encorpam ainda mais esse conceito. Nela, ouvimos e somos ouvidos. Nela, nossos sentimentos e pensamentos são validados (curtir, comentar, compartilhar). Entramos em contato com outras formas de pensar e dizer, e incorporamos isso ao nosso espírito crítico.

Todavia, nem sempre tão cultos assim. E isso é importante! Num espaço público nem sempre ficamos a vaguear em ideias, nós também nos divertimos e nos relacionamos – isso é essencial!

Nesse sentido, entra a proposta do Dia Mundial da Internet Segura, promovido pela SaferNet Brasil, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a Rede Desabafo Social.


Agora que você já conhece um pouco do que você pode fazer, e de como desenvolver uma consciência cidadã e saudável, mãos à obra! Venha debater com a gente!"

Até Mais!
Ana ;)